A promotora de Justiça Rosemary Souto Maior de Almeida nasceu em 31 de março de 1959, no munícipio de Limoeiro, no Agreste de Pernambuco. Ainda menina, ela repetia muito a frase: “Quando eu crescer, serei alguém”, segundo contam suas irmãs mais velhas. E isso quando se encontrava agarrada com um lápis e um caderno, coisa que fazia sempre. Também dizia que seria uma advogada de oficio para trabalhar pela comunidade, demonstrando desde então uma grande determinação, traço bastante peculiar de sua personalidade. Só depois de crescida, foi que Rosemary entendeu que esse cargo de advogado de oficio que imaginava, na realidade, é o trabalho de um promotor de Justiça. A vocação para a profissão já estava delineada.
E seguindo os passos do seu pai, Agripino de Almeida (advogado, juiz de direito e importante figura política de Pernambuco, na segunda metade do século passado, eleito deputado por duas legislaturas) Rosemary enveredou-se para as ciências jurídicas, formando-se em Direito, pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1982. Foi a partir de 1990, que sua carreira profissional chegou onde sonhou desde menina, quando foi nomeada promotora de Justiça do Estado de Pernambuco, após aprovação em concurso público.
A primeira comarca em que atuou como titular foi Correntes, de 1990 a 1992. Em seguida, foi removida para a comarca de João Alfredo, de 1992 a 1994. Ainda em 1994, assumiu a promoção para a comarca de Itambé, cidade localizada na Zona da Marta Norte de Pernambuco, na divisa com o Estado da Paraíba. Em diferentes períodos da sua trajetória como promotora de Justiça, chegou a exercer cumulativamente nas comarcas de Bom Conselho, Bom Jardim, Limoeiro, Feira Nova, Condado, Itaquitinga e Ferreiros.
Foi em Itambé que Rosemary passou o maior período de sua atuação: 17 anos e sete meses, de relevantes trabalhos prestados à população daquele município. Período no qual ela deu o máximo de si para enfrentar inúmeros desafios para a causa social e a luta dos direitos humanos da população. Como a promotoria de Justiça de Itambé é única, o representante do Ministério Público lida com todas as questões que envolvem a sociedade. Sendo assim, além das prioridades absolutas, tem de atender as atividades de promotor criminal, infância e juventude, promoção da saúde, promoção do meio ambiente, promoção do patrimônio público, promotoria comunitária, promotoria do consumidor, júri e eleitoral.
Para enfrentar as problemáticas de tamanha demanda social, principalmente na investigação da grande incidência de casos de execuções sumárias (grupos de extermínio) que ocorrem na região, Rosemary teve que fazer algumas denúncias, de nível estadual, nacional e internacional (Organização dos Estados Americanos - OEA). Devido à repercussão do assunto na imprensa brasileira, ela presidiu uma audiência pública na cidade, em 2003, com a participação da relatora das Organizações das Nações Unidas (ONU) Asma Jahangir, que veio averiguar in loco a situação crítica que existia na época.
O trabalho feito para o enfrentamento da grave violação dos direitos humanos, não obstante a medidas de proteção deferidas pela OEA, não impediu a execução do advogado Manoel Mattos. Sobre este caso, ocorreu um fato inédito na justiça brasileira, quando, em 2010, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela federalização do caso, reconhecendo o trabalho realizado de mais de uma década, efetivado com o compromisso, luta e persistência na questão. Em abril de 2012, após promoção por antiguidade, Rosemary assumiu a titularidade em tempo integral, na 43ª Promotoria de Justiça da Capital, com atuação na 2ª Vara dos Crimes contra Crianças e Adolescentes.Vale salientar também que Rosemary Souto Maior ocupou o cargo de vice-presidente da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE), durante dois mandatos: 1998/2000 e 2000/2002.
Fico feliz em saber que o MPPE possui pessoas tão honestas e competentes como Rosemary Souto Maior.
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